A conversa

Quinta-feira, no velho café ao fundo da rua. Café rústico, mobília antiga e chique a valer. A cor castanha da madeira era brilhante e cativava os olhos de qualquer um. Era um dia como qualquer outro, clientes entraram e sairam. Uma das mesas estava ocupada. Dois sujeitos, sentados, usavam-na para jogar às cartas enquanto conversavam.

- Então, como tens passado?

- Bem e tu?

- Também. E a tua mulher?

- Continua doente como sempre. Já não há nada a fazer.

- Como assim? Não digas isso, vais ver que ela melhora.

- Não melhora nada, é um caso perdido.

- Então?! Falas como se ela já estivesse morta!

- Mais valia estar.

- Às vezes parece que nem te conheço! Como é possível dizeres uma coisa dessas?

- Ela é minha mulher, não tua. Está acabada. É tudo o que sei.

- Sinceramente, metes-me nojo.

- Achas que eu me importo? Afinal de contas, ganhei o jogo!

E o sujeito, alegre, bateu com um ás de espadas na mesa.

2 comentários:

rosa disse...

o teu cérebro é lindo lulu<333

Frederico disse...

Tô meio lerdo hoje, por isto não entendi.

o teu cérebro é lindo lulu<333 2