Um desfecho de um capítulo

Não sou muito de escrever coisas sobre a minha vida aqui, apesar de este blog estar definido como “Blog pessoal” no seu sub-título. No entanto, e mesmo que ninguém o leia, acredito ser importante escrever este post, para que fique marcado como uma página no diário que não possuo.
 
O que se passa é simples: acabei o secundário. É curioso escrever isto nesta altura, uma vez que as aulas estão para começar novamente. No entanto foi só ontem, dia 8 de Setembro de 2010, durante a festa de entrega de diplomas aos alunos que terminaram o 12º, que me apercebi que realmente tinha terminado.

Quando acabei o 9º ano, recebi a triste notícia de que a minha escola actual, Escola Secundária Moinho da Maré, iria fechar as portas. Fomos obrigados a mudar de estabelecimento de ensino. A maioria foi para a Escola Secundária Romeu Correia. Eu fui também.


Durante dois anos por lá fiquei. A minha turma inicialmente era, por volta de 80% composta por pessoas que eram da nossa escola antiga, então já nos conhecíamos todos muito bem. Aqueles que não conhecíamos, passamos a conhecer e rapidamente fizemos amizades.

Falo por mim, e acho importante salientar isto, porque sei que muitos dos meus colegas não partilham da mesma opinião que eu: odiei o tempo que lá passei. A maior parte dos professores eram bons, os auxiliares da escola eram todos simpáticos e boas pessoas… No entanto, tivemos alguns problemas com certos agentes da educação, cujos quais não vale a pena explicar detalhadamente aqui. Não seria esse o motivo pelo qual eu, mais tarde, passaria a odiar o tempo que considero perdido naquela escola, mas sim porque senti praticamente que estávamos todos a ser ignorados. Por diversas vezes pedimos, suplicámos,  que alguém responsável e com o poder para tal pudesse nos ajudar com os problemas que estávamos a ter. Resultado? NADA.

O ambiente de lá era pesado, pelo menos para mim (e atenção que é aqui que a maior parte dos meus colegas não concorda). As únicas pessoas com quem eu me dava eram praticamente as da minha turma. Eu sei que também não sou o zé-das-socializações e não me dou com todos facilmente, mas fiz muito mais amizades em dois meses na Ruy Luís Gomes do que em dois anos na Romeu Correia.

Quando chegou o 12º, foi o culminar de um vulcão adormecido. Tiveram a lata de nos oferecer a nós, alunos finalistas cuja nota valia 60% da nota de secundário, condições horríveis para estudar. Para além disso, voltaram a ignorar as queixas que voltamos a fazer, sobre o que por lá andávamos a passar. Cansei, e não fui só eu, de tudo o que tinha passado naquele lugar. No início, quando eu e a minha colega Íris decidimos ir embora, fomos recebidos negativamente por alguns colegas que até avisaram que estaríamos a cometer o maior erro da nossa vida. Orgulho-me de dizer que estavam profundamente enganados.

Rapidamente mais colegas se juntaram. O grupinho que queria pedir transferência, passou de duas pessoas para cinco pessoas. Juntaram-se a Miriam, a Anne e a Sara. A questão principal foi: Que escola aceitaria uma transferência de cinco alunos de uma vez só, do nada?

A resposta foi a Escola Secundária Ruy Luís Gomes. Um estabelecimento de ensino que não tinha tantas condições como o anterior. Mas isso interessa? Os professores lá foram todos cinco estrelas para nós. Importavam-se connosco, não só os professores, como todas as entidades competentes. Aprender foi divertido. Consegui as melhores notas que alguma vez tinha conseguido, e não foi por facilitações. Ou melhor, foi. Tal como disse a minha colega e amiga Sara: “As pessoas desta escola facilitam muito. Eles importam-se muito e ajudam muito. Na Romeu não era assim.”.

Fomos ouvidos. Aceitaram-nos lá. E o ambiente? Era incrível. Como já disse, fiz mais amizades lá em dois meses do que na Romeu em dois anos. Infelizmente, como tudo o que é bom, rapidamente o tempo se passou e o ano terminou. Tenho pena de não ter ido logo para lá quando pude. Mas a vida é assim. É com os erros que se aprende.

Escola
Vou ter MUITAS saudades de todos, de tudo, da escola. Do lugar que me treinou e preparou para seguir em frente. Quero agradecer imenso a toda a comunidade escolar que participou connosco no ano lectivo 2009/2010: À dona Ana da secretaria (cujo último nome desconheço) que sempre nos tratou com todo o carinho possível e fez de tudo para nos colocar lá; Aos professores Paulo Cabrita, Victória Baptista, Fernanda Matos, Fernanda Albuquerque, e à nossa DT que nos aceitou e fez de tudo para nos conhecer melhor como turma dela, Francisca  Angelino.
E assim se fecha um capítulo da minha vida. E que venha o próximo.